terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Questão





No blogue do LGR discute-se com frequência o casamento entre pessoas do mesmo sexo e alega-se a inconstitucionalidade do artigo do Código Civil que dispõe que o casamento tem de ser entre pessoas de sexo diferente. Inconstitucionalidades à parte - que não é isso que tem agora de ser discutido - os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo, entre os quais o ilustre jurista Pedro Múrias, defendem, por exemplo, que é preciso puxar pela imaginação para encontrar um efeito negativo da abertura do casamento aos homossexuais.
Contrariamente a eles - e sei que alguns de vós vão tentar crucificar-me por isto - não acho que seja assim tão ficcional e imaginativo encontrar pelo menos um efeito negativo na abertura do casamento aos homossexuais, e que se vai traduzir no receio que o Partido Os Verdes demonstrou na recente proposta de alteração legislativa que vai submeter a votação parlamentar no próximo dia 10 de Outubro: a adopção. Propõe este Partido com assento parlamentar que se permita o casamento entre homossexuais, mas que se limite a possibilidade de adopção por estes «casais».

Ora, eu penso da mesma forma em relação à adopção: a possibilidade do casamento entre homossexuais vai permitir abrir a porta à adopção de crianças por estes «casais», quer se limite agora quer se limite para o futuro esta hipótese, pois será sempre inconstitucional uma medida que limite os direitos de um casal homossexual, por discriminação em relação aos restantes casais e em contradição com o artigo 13.º da Constituição da República Portuguesa.

Reza este artigo, no seu n.º 2, que ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.

É neste acrescento da revisão constitucional de 2002 (salvo erro) que reside o busílis da questão: é em relação à orientação sexual que se revela desigual o tratamento dado aos casais homossexuais, que pretendem constituir família ou uma espécie de família. Ou seja, como dizia a canção: it's all about the money.

Há várias maneiras de tratar a questão, desde a mais simples: eles não formam casais, são pessoas individuais e, como tal, têm de ter os mesmo s direitos das outras, ou seja, podem casar, desde que seja com pessoas de sexo diferente - e aqui não há inconstitucionalidade nenhuma. Se eu gosto de branco quando todos os outros gostam de preto, não quer dizer que haja inconstitucionalidade e diferença de tratamento por eu gostar de algo diferente. O gosto é meu e só por isso não podem discriminar-me.

Outra maneira de tratar a coisa é com uma n0ta de humor: não há aqui qualquer discriminação nem violação do princípio da igualdade vertido no artigo 13.º da Constituição pois o que lá se escreve é orientação sexual e, no caso dos homossexuais, o que está em causa é - claramente - uma desorientação sexual, pelo que não podemos inseri-los no contexto constitucional.

Como sabemos, o casamento civil é um negócio e os homossexuais querem aderir a esse negócio. Pronto, digamos que não é chocante. O que é chocante é o que vem a seguir: a adopção.

Quanto à adopção - e é aqui que contradigo a tal falta de imaginação do Pedro Múrias, do LGR e de tantos outros e que provoco a vontade de alguns de vós de me atirarem para a fogueira - ainda não há estudos científicos que tenham em consideração no desenvolvimento normal de uma criança o facto de ter dois papás ou duas mamãs. Não é que ter dois papás ou duas mamãs faça mal - até porque, pelas mais variadíssimas razões, já tem acontecido uma criança crescer só com homens ou só com mulheres - o que faz mal é conviver com dois papás ou duas mamãs que durmam juntos e que tenham manifestações de carinho em privado - o que é normal - a que a criança assista. Quer dizer, não está comprovado que faça mal, mas devemos assegurar-nos de que não faz. E é nisto que peca a ciência e a vontade.

Não estranho que as lésbicas tenham vontade de ter filhos, pois têm a capacidade de serem mães. Pois sejam-no e não venham adoptá-los. Aí nada tenho a dizer nem tenho qualquer forma de obviar a isso: se é um filho biológico só ponho em causa o seu crescimento junto da mãe se for maltratado ou se for exercida violência sobre a criança ou algo assim. Não por ser filho de lésbica, claro.

E não esqueçamos que a criança vai sofrer uma poderosa pressão social, quer na escola, quer no seu círculo de amigos lá da rua. Provavelmente será apelidada de «o filho dos paneleiros» ou «a filha das fufas» ou o que for. Claro que com o passar do tempo haverá uma normalização, mas ninguém sabe se não foram produzidos danos psicológicos irreparáveis.

A segunda parte da questão é odiosa: pego no exemplo de crianças que foram abusadas por pedófilos e que quando crescem tornam-se abusadores ou homossexuais. Pego no exemplo de crianças que foram maltratadas e que quando crescem tornam-se violentos e maltratam outras crianças. Tudo fruto do comportamento que viram em miúdos e que repetem ou fruto do abuso que receberam e que imitam. Sim, porque para além de serem traumatizadas, há um comportamento de mimetização.

Eu sei que é uma interpretação perigosa, mas é-me permitido fazê-la: as crianças que sejam adoptadas por homossexuais não terão um risco acrescido de imitar esse comportamento?

Sim, eu sei que a homossexualidade não é propriamente uma doença nem nada que se pareça. Sei também que há homossexualidade genética e que essa se manifesta desde tenra idade. Mas há também homossexualidade por moda, por imitação, por necessidade de se sentir integrado numa minoria, ou por outro motivo qualquer. Se assim não fosse, como é que se explicaria o comportamento dos antigos Gregos? Teria sido uma alteração genética que os afectou a todos? Não me parece.

Finalmente - porque o texto já vai demasiado longo e agradeço a quem tenha lido até aqui - qual é a expressão social do casamento entre homossexuais? Ou seja, onde estão as hordas de homossexuais a quererem casar-se e a organizarem manifestações colectivas com placas levantadas a dizer «CASAMENTO HOMOSSEXUAL TEM DE SER UMA REALIDADE EM PORTUGAL»?

Francamente, não os vejo. Apenas vejo uns teóricos a pensar sobre uma coisa que não tem expressividade social e que não há necessidade de alargar o sentido tradicional do casamento. Parece-me que esta resolução de estipular que o casamento civil seria entre pessoas de sexo diferente vem do Código Napoleão de 1802 ou 1804. Parece que passou muito tempo? Os tempos são outros? E isso é justificativa suficiente?

JANE B, 1969



Ídolos Pop alternativos dos anos 60 # 1 : Jane Birkin & Serge Gaingsbourg.

Em primeiro lugar para as categorias: i) a mais linda, a mais sexy, a com mais pinta (que partilha com o marido); ii) a melhor secção rítmica de sempre.

Porque sim...














1 - Porque gosto da (actual) tropa da minha terra e porque vieram cá para os vermos.

2 - Porque ando com um espírito um pouco bélico.

3 - Porque, na verdade, estava na hora de tirar o cadáver dali e como fui eu quem lá o pôs...

4 - E porque sim...

PS: Lembram-se de um general que passou aqui pela vara e que camuflou os tanques debaixo da areia? E do soldado que tinha a namorada de pele rosada à espera dele, na terra? Estiveram cá os dois, entre outros...

sábado, 27 de setembro de 2008

Paul Newman

















Pode acontecer que nem todos concordem comigo se eu disser que Paul Newman foi um grande homem, para lá de um grande actor. Mas neste particular (o de actor de cinema) todos concordarão comigo em que foi uma das maiores estrelas do cinema mundial e assim permanecerá para sempre.

Penso que a vara não se importará de se juntar a mim nesta homenagem.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A canção do Monstro Voador de Esparguete



Para os que desconhecem o contexto da discussão e o explosivo fenómeno global da Igreja do Flying Spaghetti Monster: - segundo os seus seguidores o Monstro é o criador do Universo e de tudo que nele existe. Apesar de ser uma óbvia brincadeira, os seus seguidores nunca o assumem. Esta Igreja foi criada para suportar uma teoria alternativa e num mesmo estauto ontológico que o do embuste pseudo-científico -'creacionismo'.Os seus seguidores reclamaram seriamente tratamento igual no curriculum pedagógico de uma escola secundária americana onde o creacionismo ia ser ensinado a par do evolucionismo científico. Tal foi o eco mediático (sobretudo na internet,mas também nos media, incluindo a CNN) que a carta que os seguidores do Monstro (os pastafarians) enviaram à escola, que a sua direcção recuou na intenção de ceder á pressão dos creacionistas cristãos evangélicos. Para os pastafarians, a recompensa no céu para os justos passa por cerveja a rodos e muitas strippers. No inferno é igual, mas a cerveja é choca e as strippers têm doenças venéreas.

O monstro demiurgo - com os seus olhos de almôndega e apêndices de massa - vem na tradição das entidades absurdas, que uma vez pressupostas, não são susceptíveis de prova de não-existência. O Unicórnio cor-de-rosa e o famoso Bule em órbita de Bertrand Russel, nomeadamente. Veja a página da Igreja do Monstro Voador de Esparguete aqui ou o artigo correspondente da wikipédia.

Oremos!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Iter botanicorum Africa meridionalis descriptio


Que fariam dois botânicos portugueses, uma vez chegados aos últimos metros do extremo meridional do continente africano, o Cabo das Agulhas, assim baptizado nos idos de quatrocentos por Bartolomeu Dias? (cape eigul-ashe, em afrikaans). Exultar por dali para Sul só uns milhares de quilómetros de Índico e depois a Antártida? Apreciar as muitas baleias que a cinquenta metros da praia surfavam e saltavam nas ondas? Embasbacar com as plantas, como bois a olhar para palácios, de cuja família botânica não faziam sequer uma vaga ideia? Comungar com o seu amado objecto de estudo da forma mais directa possível? Passou-lhes pela cabeça: i) esfregarem-se nus na vegetação das dunas; ii) comer a vegetação; arrancá-la lançando bocados ao ar enquanto emitiriam gritos exultantes de felicidade; iii) pastá-la placidamente, mascando bruniáceas e restionáceas; sodomizar com brutalidade e a sangue frio umas moças que também por ali andavam fotografando flores do ‘fynbos’, o ‘mato’ em afrikaans, enquanto urravam como dois babuínos; iv) sodomizar dois babuínos; v) celebrar uma missa campal e erguer um padrão; vi) atirar-se de costas e de braços abertos uns seis ou sete metros de um penhasco abaixo e deixar-se cair no ‘fynbos’. Foi esta a escolhida. Um dedicado orientando de doutoramento dos dois patetas alegres logrou fotografar o alarve acto, entre duas incursões para vomitar atrás de uma termiteira, mor da ressaca sideral que resultou da bezana vergonhosa que tinha apanhado na noite anterior, envergonhando internacionalmente os orientadores e manchando o bom nome de Portugal. Por sorte, haviam poucos calhaus e paus espetados por baixo dos arbustos, logrando os brutamontes apenas espantar um grupo de pinguins que por ali andava. Não. Não praticámos quaisquer actos de pendor sexual, como será certamente sugerido nos comentários. Trata-se tão só da mais sã camaradagem científica e uma forma de male-bonding, tipo balneário. Que eu morra aqui ceguinho, se o que senti não foi uma transcendental experiência de comunhão com a vegetação e a geografia do Mundo. Ainda tenho espinhos de Strycnhos psilosperma (Loganiaceae) espetados nos feijões, pás.

Avariou o acelerador...













...e talvez isso seja um sinal de Deus!

Senão, vejamos:

É mais ou menos aceite que ao princípio só havia um átomo que tinha lá dentro dele tudo o que houve e há e há-de haver, fossem malmequeres, crocodilos, pastéis de nata, mini-saias, etc. Ora, é bom de ver que um tal átomo devia arrotar postas de pescada com fartura, ciente da sua importância, de saber que podia fazer o que lhe apetecesse, de não prestar contas a ninguém.

Então, porque razão um tal átomo iria, de "motu proprio", partir-se aos bocadinhos?!

Só pode ter sido por avaria, por algum desarranjo (fosse o postador um insigne postador e só esta palavra, "desarranjo" daria azo a quatro ou cinco linhas de prosa a condizer. Mas o postador sou eu e por aqui me fico, não sou sapateiro que vá além da chinela, sei lá quantos provérbios aqui podia deixar, o meu dicionário tem montes deles...), por algum desarranjo, dizia eu, que lhe tivesse acontecido.

E assim, recebemos o sinal através da avaria do Acelerador e devo dizer que prefiro ter sido criado por um deus, que ser resultado dos "expelimentos" de um átomo a sofrer de um qualquer desarranjo. (Assim os cientistas das partículas vejam estes sinais)

Aprendei esta palavra, a palavra do g2, partilhai-a com os amigos, com a família, com os inimigos também, em perfeita harmonia.

E, principalmente,

Meditai!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Momento escatológico



Já andava há uns dias para postar esta pequena amostra escatológica vinda do outro lado do charco, mas entre a falta de tempo e os escrúpulos em respeitar e deixar respirar as postas alheias, sobretudo as que envolvem um mínimo de afagamento do neurónio, demoveram-me dos meus insalubres intentos.

Afinal de contas, isto é só chegar aqui e embedar o linque e está a andar de mota. Não é justo!

A altura correcta tinha sido logo em cima da posta do abichanado, deus lhe valha, que ele bem merecia, benza-o deus, coitadinho, abrenúncio, t'arrenego três vezes a andar ás arrecuas, mas faltou-me o tempo, maneiras que agora tem mesmo de ser em cima da prosa do G2, mas é assim, é a vida, ou, como se pode ver no video, shit happens!

Daqui a pouco...













...chega o Outono e traz

perfumes que não há nas outras estações do ano.

melancolias...

Florbela Espanca e António Nobre!

suspiros...

serões com vinho de Pias e queijo de Serpa (já a canção dizia, lá vai Moura, lá vai Serpa e as Pias ficam no meio, ao chegar à minha terra, não há que ter "arreceio")

olhar distante, ausente...

o piano do tio Chopin...

os livros que esperam a sua vez de ser lidos...

o cheiro das castanhas assadas...

passeios na praia...

fotografias de fins de dia...

aconchegos de camisolas de lã...

O Outono é assim, traz montes de coisas quando chega!

Amai-vos uns aos outros!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

NA TUA FACE
















Após breve consulta ao Google – estava eu assaz preocupado com a questão – descobri eu que a face de cristo é vista com frequência por humanos . Afinal as teofanias são ubíquas e é só querer vê-las. A lista provisória, que ociosamente compilei, inclui a Lua, imagens do telescópio Hubble de galáxias distantes, nuvens, eclipses, rochedos. Tal exercício é relativamente trivial mas, apercebi-me, paginas tantas, que ver a face de cristo em ecografias pré-natais é muito frequente. A face de Cristo paira, em miniatura, sobre o feto de onde se infere de imediato que o protege e abençoa. A face de Cristo surge três vezes em cascas de árvores, em fotos de garrafas de cerveja, quatro em sacos amarrotados casualmente, duas em cebolas cortadas ao meio e uma na cauda de um camarão. Tudo isto devidamente ilustrado com as respectivas fotos para que não duvidemos da veracidade. Aliás, é essa uma das fotos que ilustram a posta. (A capacidade humana para a auto-ilusão e para o ‘wishful-thinking’ é espantosa.)

A partir de conjecturas antropológicas e principalmente antropométricas e ainda com o auxílio de especialistas forenses, credíveis cientistas – e lembro-me do documentário da NG há algum tempo sobre o assunto – recriaram uma plausível face de Cristo.

Esta imagem suscitou-me, por associação de ideias, uma outra história. Sem desprimor algum, e já perceberão do que falo, porque a história é meramente factual, conto aqui a história do termo ‘grunho’. Em meados do século dezanove a Junta responsável pela colonização de Angola decidiu colonizar o Planalto central desta, na altura, colónia portuguesa . Pretendia-se que populações brancas, de matriz rural, encetassem o desbravamento agrícola da região. Recorreram a camponeses madeirenses, conhecidos pela rusticidade e capacidade de adaptação. No entanto, após uma fase de instalação e sem meios de comunicação, os camponeses acharam-se isolados e sem a possibilidade de escoar os produtos agrícolas. Em rigor, foram votados ao abandono. Ao invés de subsistirem como comunidade autónoma ou incitar o governador a auxiliá-los, abandonaram a agricultura e passaram a viver no mato na maior miséria material e intelectual, vivendo de uma escassa recolecção. Assilvestraram-se ao nível da mais abjecta bestialidade, vivendo em toscas cabanas, grutas, comendo carne crua e perdendo mesmo uma boa parte das capacidade linguísticas. Vestiam-se de peles, esfregavam-se em excrementos e uivavam como os cães. Os nativos da área, em termos comparativos, tinham uma sociedade rural bem organizada e com um grau tecnológico e cultural muito superior. Tinham um profundo desprezo por estes brancos bestiais e na sua língua, designaram-nos por ‘grunhos’ – os homens-animais.

Longe da imagem do mediterrânico moreno de olhos profundos, ou do loiro com uma barba de dois bicos, não sei se este neandertaloide passa bem por um essénio judeu, que historicamente até pode nem ter existido, sei lá. Mas a face e o olhar imbecil não me suscitam outra palavra – um grunho. Estes gajos dizem que Jesus Cristo era um grunho. É de lana caprina, de qualquer modo.Até podia ser um sósia do Cavaco. Me da igual, óstia! Um messias que andaria de pé nos últimos lugares do autocarro nos EUA nos anos 50 certamente. Preocupa-me mais a crise finaceira e o petróleo e a crise ambiental e o aquecimento de estufa.

Das duas imagens, interessa-me mais a da cauda do camarão. Apesar de só se ver a face de cristo com uns óculos 3-D, olhando o monitor no ângulo exacto de 126º 2’ do lado esquerdo, pois trata-se de uma anamorfose e, depois de beber um garrafão de bagaço, tomar uma lamela inteira de Xanax e ‘snifar’ uma lata de diluente aquoso durante uma hora. Garanto-vos que a face de Cristo lá está. Eu morra já aqui ceguinho.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

ARAMCHECK





Foi um escritor de ficção científica que percebeu o alcance desta organização secreta, cujo objectivo último é derrubar o regime. A primeira menção ao seu nome surgiu num passeio junto á casa onde nasceu e cresceu o actual presidente, onde alguém o inscreveu no cimento ainda fresco. É o apelido de uma família vizinha: SILVA. Era uma dona de casa e militante clandestina do Partido Comunista, durante os tempos em que foi ilegal. A sua filha mais nova cresceu até à idade adulta apesar de sofrer de leucemia com fases longas de remissão. A filha, dotada intelectualmente, percebeu que o presidente era tão só um infiltrado comunista, que apoiado pela SILVA e através de assassinatos políticos múltiplos, logrou atingir o poder. Não é irrelevante o papel que uma inteligência extraterrestre contactando um amigo do escritor, um produtor musical, através de sonhos, teve na resistência ao regime, instigando e guiando-lhe os passos. As mensagens eram-lhe transmitidas ao subconsciente através de um satélite artificial a que chamava jocosamente ‘Rádio Albemute Livre’. Este é o nome astronómico de uma estrela da constelação de Cisne. As mensagens surgiram através da rádio, enquanto dormia, num anúncio postal a uma marca de sapatos, na jovem estafeta da farmácia que lhe trazia os medicamentos para a dor de dentes ou nas palavras de uma filha de uma estrela de rock que conhecia, A jovem Alanis. Indistinguível da pura paranóia, e mesmo a sua mulher duvidava da veracidade da inteligência extraterrestre, foram estas desconcertadas instruções que lhe permitiram auxiliar no diagnóstico de um problema congénito grave de seu filho e ainda ‘adivinhar’ um poema antes de ser dito pela rapariga com leucemia. A entidade extraterrestre através de visões inspiradoras dos cristãos gnósticos já tinha manipulado o rumo da república romana, no ano 70 da era cristã. E de novo, a civilização do Ocidente, o prolongamento natural de Roma, se achava sob mais uma ameaça totalitária. O nome da entidade extraterrestre, que se manifestou então na voz da sibila romana, defendendo a república era agora VALIS, um anagrama de SILVA. Tal reverso entre antagónicos foi revelador, mas a SILVA, através de uma organização juvenil fiel ao regime, anularam o lúcido e alienado produtor. Morta ou dispersa a família, o escritor e o produtor musical acabaram num campo de concentração. Não obstante, mor da fulcral revelação em obra póstuma do escritor – Rádio Albemute Livre, de toda a trama e entretanto alçado a estatuto de profeta pela juventude, subsiste agora – sob a forma de quasi-religião clandestina um largo movimento de pendor órfico e maniqueísta, que não sabemos se é consequente e de que lado estará ao certo. Um manifesto deste movimento pode ser encontrado aqui.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Cuidado com os bloggers!



sexta-feira, 12 de setembro de 2008

9/12

A água corre para o mar, e as coisas para o seu natural.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

9/11

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Vai, Obama!

Entre uma gaja que anda, qual aventesma, a matar animaizinhos selvagens só porque lhe sai do conho e porque está convencida que a tradição ainda é o que era, e um gajo que faz umas carreirinhas à maneira, se dúvidas pudessem haver, desvaneceram-se, qual espumaço em dia de Verão.


segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Bananas...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Terça-feira, Setembro 30, 2003

Portugal próspero

Às vezes dou por mim a descobrir soluções para os problemas do país. A propósito do recente e fiasquento "Dia Europeu sem Carros", ocorreu-me uma maneira de, com um golpe só, catapultar o país para o pelotão da frente na corrida Europeia: o Dia sem Gajas.

A iniciativa decorreria assim: as forças policiais estabeleceriam cordões de segurança que encaminhassem as mulheres todas do país para centros comerciais e hiper-mercados, onde passariam o dia em compras, quadrilhice, invejas e restantes coisas que elas gostam de fazer quando se vêem umas com as outras. Isto provocaria um aumento brutal do consumo que, como se sabe, tem um efeito tonificante sobre a economia.

Os homens deslocar-se-iam para os seus postos de trabalho, como habitualmente. E, tal como de costume, passariam uma parte da manhã a discutir bola. Findo este período, e uma vez que não haveria gajas nas redondezas, só lhes restaria trabalhar, até porque seria necessário reforçar o orçamento familiar por forma a cobrir os gastos delas. Isto constituiria um acréscimo de produtividade assinalável, com reflexos óbvios no ritmo de crescimento económico.

À noite, quando todos regressassem a casa, os homens estariam com uma rebarba tão grande que saltariam sem hesitações para a espinha das respectivas, fossem elas cinzentos coirões, volumosas matronas ou frescas moças. Escusado será dizer que rapidamente se inverteria a tendência para o envelhecimento da população por força deste frenesim concepcional.

Aí está como revolucionar o país com custos mínimos. Seguro que esta medida me fará eleger nas próximas eleições legislativas, aviso desde já que não pretendo oferecer cargos públicos a ninguém. Estes serão antes vendidos a preços módicos e proporcionais às regalias que ofereçam. As receitas reverterão para o erário público, depois de descontada uma pequena Taxa de Criatividade, a ser aplicada na Fundação Belo Menir. Eu depois forneço o IBAM da conta nas Ilhas Caimão.


(a caixa de comentários do Leitão foi para o galheiro... o que é uma perda significativa)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Para intervalo

















A espécie humana evoluiu desde o nada. Um dia, uma bactéria qualquer, que estava a dormir não sei aonde, deu-lhe na cabeça e começou a evoluir. Foi andando, andando, até que chegámos aqui.

E graças a isso, eu posso estar aqui a dissertar sobre essa evolução. Alguns de nós somos peixes, outros abelhas, há os que são crocodilos…

E “há nós nós” e “há nós eu”.

Acho que devemos meditar profundamente nisto. Mas não tão profundamente que adormeçamos… Só o suficiente para sabermos que descendemos de uma bactéria que, vá-se lá saber porquê, resolveu evoluir e (tenho a certeza) nesse tempo nem existia a palavra “evoluir”. Esse é um dos mistérios: como é que aconteceu uma coisa que não existia?!

Ou então, Deus fez o Adão e a Eva depois de ter feito as outras coisas todas, incluindo a tal bactéria irrequieta e depois descansou e tudo é mais simples. Mas temos de ir à missa, rezar, comungar e isso tudo, para tudo bater certinho…

E pronto...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

May The Force Be With You!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

American Prayer


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Dark Hour


AVISO